segunda-feira, março 19, 2007

REGULAMENTO DO CONCURSO CRIATIVO "Expressar o Zeca!"

1. » O Concurso Criativo "Expressar o Zeca!" é criado pela associação cultural RITUS, tendo por base o ciclo de homenagens a José Afonso, intitulado "maio maduro maio", a realizar no mês de Maio, em Milheirós de Poiares (freguesia do concelho de Santa Maria da Feira).

2. » São objectivos do Concurso, o apoio e a promoção de diversas formas de criação artistica, que podem ir desde a pintura, à escultura, ao desenho, à fotografia ou outras de eventual interesse.

3. » Os trabalhos deverão ter por base a figura de José Afonso, sendo inspirados em todo o seu exemplo humano, civico e solidário, e na sua criação artistica de poeta, cantor e andarilho. As formas de expressão podem passar por momentos ligados à vida do cantautor (a sua biografia), os seus poemas, as suas canções, ou de formas livres de criação, desde que devidamente fundamentadas perante o teor objectivo do concurso: homenagear José Afonso.

4. » A recepção dos trabalhos, será aceite até dia 27 de Abril, no Pólo de Leitura da Biblioteca Municipal, em Milheirós de Poiares, a membros da direcção da associação, por carta para: associação cultural RITUS; edificio do Centro Comercial Dr. Crispim, 1º Piso- loja 6; 3700-738 Milheirós de Poiares, ou por e-mail para ritus_mp@hotmail.com

5. » Todos os trabalhos recebidos farão parte da Exposição Fotobiográfica a ocorrer dia 12 de Maio, no átrio do Cine Teatro S. Miguel, em Milheirós de Poiares, sendo que os melhores obterão prémios.

quinta-feira, março 15, 2007

"RETALHOS" Estreia Nova Peça Ritus:

Como forma de assinalar o Dia Mundial de Teatro que se comemora a 27 de Março, a Ritus, irá, pela primeira vez, assinalar esta efeméride com a apresentação da sua mais recente produção, intitulada "Retalhos".
Esta peça é uma junção de pequenas cenas de algumas peças, dramas ou comédias, onde o actor é incentivado a criar emoções.
Para homenagear o teatro, mas fundamentalmente o próprio actor, este espectáculo mostra-nos que o mundo é um palco...

NÃO PERCA A ESTREIA, SÁBADO- DIA 31 DE MARÇO, 21.30 HORAS, NO CINE TEATRO S. MIGUEL- Milheirós de Poiares, pelos grupos de teatro Ritus- "Teatro Imaginado" e "Ilha da Fantasia"

ENTRADA LIVRE!

quarta-feira, março 14, 2007

Mensagem DIA MUNDIAL DO TEATRO 27 Março

Escrita pelo SULTÃO BIN MOHAMMED AL QASIMI
MEMBRO DO SUPREMO CONSELHO DOS EMIRADOS ÁRABES UNIDOS,
EMIR DE SHARJAH.





"O meu fascínio pelo teatro nasceu logo nos primeiros anos de escola. Desde então, esse mundo mágico nunca mais deixou de me cativar. O começo foi modesto, é bem certo, encontros fortuitos com o que eu julgava ser uma actividade extracurricular que me enriqueceria mente e espírito. Não tardaria, porém, a ser muito mais do que isso, principiando eu a empenhar-me seriamente como dramaturgo, actor e encenador numa produção teatral. Lembro-me de que era uma peça política, o que, na altura, indispôs as autoridades que, na minha presença, tudo confiscaram
e fecharam o teatro. Todavia, as botas pesadas dos soldados armados não conseguiram esmagar
o espírito do teatro que procurou refúgio no âmago do meu ser mais íntimo, tornando-me assim consciente da vastidão do seu poder. Impôs-se-me, nessa altura, de maneira profundíssima, a verdadeira essência do teatro e percebi inequivocamente o que o teatro pode operar na vida das nações, sobretudo quando em presença de quem não tolera oposição ou diferenças de opinião.
Já no Cairo, no meu tempo de estudante universitário, o poder e o espírito do teatro ganharam
raízes e entranharam-se-me na consciência.
Li avidamente quase tudo o que se escrevia sobre teatro e vi o vasto repertório do que era apresentado em palco. A minha percepção foi-se aprofundando mais ainda nos anos subsequentes, à medida que me esforçava por seguir as últimas tendências no mundo do teatro. Ao ler sobre o teatro desde a Antiguidade grega até ao presente, apercebi-me, de forma clara, da
magia que os muitos mundos do teatro criam em nós, chegando assim aos recantos mais ocultos da alma humana e pondo a descoberto tesouros escondidos que jazem nas profundezas do espírito humano.
A consciência disto fortaleceu a minha já inabalável fé no poder do teatro – no teatro enquanto instrumento de conciliação –, por via do qual se pode disseminar paz e amor.
Mais, este poder permite a abertura de novos canais de comunicação entre raças diferentes, etnias diferentes, cores diferentes e credos diferentes. A mim, pessoalmente, ensinoume a aceitar os outros como ele são e instilou em mim a convicção de que a humanidade só resistirá se unida em torno do Bem — o mal perdê-la-á. Ora não se pode negar que a luta entre o bem e o mal seja intrínseca ao código teatral. Porém, o senso comum há-de prevalecer por fim, e a natureza humana em geral aliar-se-á ao que é bom, puro e virtuoso. As guerras que, desde tempos imemoriais, têm afligido a humanidade foram sempre motivadas por instintos malévolos que simplesmente não conseguem reconhecer a beleza. O teatro, por seu lado, aprecia a beleza, podendo mesmo defender-se que nenhuma outra forma de arte é capaz, como o teatro, de capturar tão fielmente a sua essência. Ele é o repositório alargado de todas as formas de beleza — e quem não aprecia a beleza não sabe
dar valor à vida.
Teatro é vida. Nunca antes houve um tempo como o nosso, em que nos cabe a todos denunciar as guerras fúteis e as diferenças doutrinárias que, tantas vezes, erguem as suas cabeças de hidra, imperturbáveis perante a consciência plena de responsabilidade. Temos de pôr fim a cenas de violência e de matança aleatória. Constituindo ocorrências trivializadas no mundo de hoje, estas cenas são agravadas pelas diferenças abissais entre uma abundância perversa e
a pobreza mais abjecta, por doenças como a SIDA que minam muitas partes do globo e derrotam os melhores esforços para as erradicar. Estes males andam acompanhados por outras formas de
sofrimento, as resultantes da desertificação e seca, calamidades que vão sendo aumentadas pela
ausência de diálogo genuíno que é, indubitavelmente, a maneira mais segura de fazer do nosso mundo um lugar melhor e mais feliz.
Oh, Gentes do Teatro, é quase como se tivéssemos sido atingidos por uma tempestade e nos víssemos ameaçados pela poeira da dúvida e da suspeição que se agiganta perante nós.
A visibilidade é agora quase nula, e as nossas vozes esganiçadas mal se ouvem por entre o clamor e a divisão que parecem apostados em manter-nos de costas viradas uns para os outros. Na verdade, não fosse a nossa profunda fé no diálogo, que se manifesta de modo único em formas artísticas como o teatro, e já teríamos sido arrastados pela tempestade que revolve céus e terra para nos dividir. Temos, por isso, de encarar e desafiar aqueles que jamais se cansam de promover as tempestades. Temos de os encarar, não para os destruir, mas para nos elevarmos
acima da atmosfera contaminada que fica à passagem das tempestades que provocam. Temos de unir esforços e dedicá-los a fazer passar a nossa mensagem, estabelecendo laços de amizade com
os que clamam pela fraternidade entre nações e povos.
Somos meros mortais, mas o teatro é eterno como a própria vida.."

Tradução do inglês de Alexandra Lopes