sábado, outubro 11, 2008

8º Festival de Teatro

Programa:


18/10/08 - 21.30 horas
3 em Lua de Mel de Henrique Santana e Ribeirinho
por Grupo Rec. Cult. Rossas – Arouca

Imagine que Dona Madalena de Vilhena havia de ir casar a Marrocos com o Sr. Manuel Coutinho. Imagine ainda que no regresso a casa é surpreendida por uma carta do seu primeiro marido, dado como morto num desastre de avião há 5 anos atrás. O amparo da sua amiga Maria de Noronha, os desvarios da sua criada Clara e um Doutor em pijama contribuem para o caos na sua casa da Rua Feliciano de Castilho. Não bastando, um Inspector de Seguros resolve ir “morrer” a sua casa quando vai em busca de um retratinho do morto, atraindo à casa a sua mulher Doroteia, parteira diplomada que ainda não esqueceu o amor da juventude pelo Doutor Telmo Pais.
Uma comédia de costumes onde as peripécias se sucedem a um ritmo de fazer chorar a rir!



25/10/08 - 21.30 horas
A Magia da Disney (musical infantil)
por ”Ilha da Fantasia” – Ritus

Hoje como ontem o Mundo mantém as diferenças, as assimetrias, as desigualdades e as injustiças mas como dantes há sempre espaço para o sonho, a cor, a luz e o espectáculo. No imaginário de cada um e no palco, a Bela apaixonar-se-á pelo Monstro, o Tarzan “voará” pela selva e o Leão continuará a ocupar o trono no Reino dos animais. A beleza e a magia dos personagens da Disney surge embrenhada numa sequência de músicas e sonoridades que transportam o comum dos mortais às histórias de encantar e ao mundo dos sonhos.


08/11/08 - 21.30 horas
À Espera de Godot de Samuel Beckett
por TEAGUS - Gulpilhares (Gaia)

Afinal, o que é o Godot? O que Beckett - um dos principais representantes do teatro do absurdo - queria dizer com aquele diálogo interminável entre dois mendigos que diante do tédio da vida pensam constantemente no suicídio mas não levam a cabo a intenção, pois a corda disponível é fraca. O diálogo entre Vladimir e Estragon é patético e desesperado, acerca de tudo e de nada. Godot é um ser vago, esperado ao fim de cada dia, que serve de pretexto para resolver a mísera existência sem sentido. Pozzo e Lucky, as duas outras personagens, criam uma forma de jogo, na qual se defrontam com igual indiferença e consciência de inutilidade, no espectáculo do servilismo à sua condição. O mesmo, sob outra perspectiva, que faz de Estragon e Vladimir subservientes e cegos ao interminável preenchimento do tempo da vida, escravos do peso de carregar os dias como uma espera sem qualquer sentido. Pozzo, que tiraniza Lucky como proprietário de suas vontades, é, ele próprio, destituído de desejos passíveis de se concretizarem. Para cada um de nós que anseia por algo todos os dias, Godot não é coisa nem ninguém. Não é o vazio que não chega. Godot pode ser, sim, a esperança clara do que está para vir. Ficamos À Espera de Godot. Nada a fazer.


15/11/08 - 21.30 horas
7 Mulheres e 3 Peles (textos de Lorca, Shakespeare e Gil Vicente)
por ACAD - Aradas (Aveiro)

O que terão em comum Shakespeare, Gil Vicente e Federico Garcia Lorca?7 mulheres, 3 textos, 12 vidas sentidas no feminino. Um feminino no mínimo diferente, porque vivido a partir da parte mais obscura da alma, um feminino rejeitado ou mal visto pelos olhos dos outros, um feminino fechado sobre si, encerrado na escuridão do isolamento e do medo, e que aqui ganha coragem e reivindica um tempo e um espaço só seus.Mulheres excluídas ou que se escondem, com um poder quase sobrehumano no domínio das paixões e dos desejos. Movidas a amor, saudade ou mágoa, tentam por caminhos muito próprios refugiar-se de sociedades onde parecem não ter lugar. Porque são perigosas? Porque promíscuas? Talvez desobedientes?Apenas porque são especiais e aí reside a sua grandeza. Mulheres cruas, mal enfeitadas, que nos aparecem nuas de convenções, e apenas revestidas de um simbolismo que cabe a cada um redescobrir. Mulheres do passado, ainda que jamais velhas, trazidas até nós pelas palavras de homens consagrados do teatro que sobre elas resolveram pensar. Este é o desafio: deixar-se envolver pelo ritmo com que cada uma delas se nos apresenta nas suas fragilidades e se assume em toda a sua força e vontade de resistir.